DE LA PULCHRA LEONINA A LA SANTA OVETENSIS
CAMINHO DE SÃO SALVADOR
4 etapa:- Buiza - Poladura de la Tercia
(01.maio.2016)
Peguemos nas nossas Notas escritas no final de cada dia de caminhada. Quanto a esta 4ª etapa - Buiza-Poladura de la Tercia -, escrevíamos: “Ficámos somente com o Florens no albergue de Buiza. Estávamos para sairmos um bocadinho à noite, mas acabámos por ficar no albergue. Conversámos até perto das 11 horas da noite, das nossas vidas (...) Pusemos o despertador para as 08h30m locais, mas, antes da 07h30m, já estávamos acordados. Levantámo-nos. Fizemos a nossa higiene. Tomámos o pequeno-almoço. Demos conta que estava muito frio. Acondicionámo-nos com roupa adequada para andarmos pela montanha, apesar de o céu estar limpo e se adivinhar um dia de sol radioso”.
Saímos de Buiza pela sua rua central - a da igreja matriz, dedicada a Justo e Pastor,
mas sem lá chegarmos, pois, junto à fonte, que postamos na etapa do dia anterior deste Caminho, virámos à esquerda para irmos pela variante que nos levaria às «Forcadas de San Antón».
Preparando-nos para a subida que nos esperava, deixando Buiza, e olhando para trás, eis o panorama que se vislumbrava:
Estávamos a começar a subida, deixando Buiza, quando bateu as 08h30m no nosso telemóvel.
Bem nos advertia o sítio da internet do Eroski Consumer quando nos alertava que os primeiros quilómetros desta nossa pequena etapa - de apenas 9 Km -, eram deveras duros: em 3 Km teríamos de vencer um desnível de 340 metros!
O que nos ia distraindo, na primeira parte desta subida, eram os «garranos» leoneses «selvagens» que aqui, mais abaixo,
e ali, mais acima,
exibiam posturas e portes como que nos incitando a sermos tão ágeis como eles, e caminharmos.
Na verdade, o primeiro quilómetro foi bem duro.
Mas, com calma, entremeando, aqui e ali, uma paragem, ora para apreciar a montanha, ora para ver uma égua com a sua cria
e o potro que, sentindo-nos, se postou no caminho para nos saudar.
Subindo por um estreito carreiro, rodeado de carvalhos (robles), urzes e giestas,
passámos por uma formação rochosa, com uma forma antropomórfica, que mais parece uma cabeça, ao alto.
Ao andar, não resistiamos a, constantemente, olhar para o alto.
O caminho começava a ser mais pedregoso.
E, olhando para um lado
e para outro,
cruzámo-nos com as afiadas formações rochosas conhecidas por «Forcadas de San Antón».
Passando ainda por um trecho de pastagens de montanha,
finalmente, chegámos à cota mais alta da nossa etapa.
Segundo nos relata o «Guia» El Camino de San Salvador - León-Oviedo, também referido pelo Eroski Consumer, quando se refere a esta variante do Caminho de São Salvador, existe um relato, de 1477, que nos confirma que, neste alto e no meio desta solidão, havia uma hospedaria, na qual um homem dava de comer aos peregrinos.
Pela nossa parte, não encontrámos qualquer vestígio ou ruínas de hospedaria, senão que uns calhaus, onde, num deles, Florens se sentou a descansar e a deitar para o papel as suas impressões destes 3 quilómetros de troço do Caminho que havíamos feito.
Depois de, aqui ,comidos e hidratados, era hora de, neste alto, darmos uma vista de olhos para o seu entorno.
(Pormenor I)
Simplesmente espetacular!
Mochilas às costas, iniciámos a descida.
Inicialmente era composta por várias manchas de pinheiros bravos,
com pequenos regatos de água, ainda apresentando-se congelados a esta hora do dia, exibindo aqui,
e ali
estas bonitas formações.
Se o alto das «Forcadas de San Antón», com a sua paisagem, nos deslumbrou, atravessadas as várias manchas de pinheiros-silvestres, a paisagem apresentou-se-nos porventura ainda mais deslumbrante.
Particularmente quando caminhávamos na meia encosta,
completamente encaixados pela montanha
e nunca abandonados pela setas amarelas.
Até que, ao dobrar do estreito, apertado e declivoso caminho, à nossa direita, nos aparece o vale de Rodiezmo e a aldeia com o mesmo nome,
protegidos pela montanha encimada pelo pico de «El Fontún»,
e pejada com as suas «foices».
A partir daqui, em ligeira, mas perigosa descida, com o terreno muito irregular, ou enlameado, e com trechos de neve, caída na noite passada,
vamos prosseguindo por um caminho pouco visível que só as célebres «piruletas de limón» (nome carinhoso dado às estacas de ferro, pintadas de amarelo, e com a vieira implantada no topo) é que nos guiavam até Poladura de la Tercia.
Cerca de uma hora nos separava de Poladura de la Tercia. E caminhávamos mais devagar e pausadamente, dando-nos oportunidade de captarmos, com as nossas máquinas fotográficas, todo o entorno por onde passávamos.
Pelo caminho, neste último troço, encontrámos um residente - o senhor Macário - que nos foi dando algumas indicações sobre o vale de San Martin, que estávamos a atravessar, queixando-se do estradão que fizerem e, no qual, na maior parte do ano, ninguém pode passar por ele, pois é só lama, dada a presença dos córregos (arroios) de Malena e El Ruelo.
Nas proximidades de Poladura de la Tercia, do nosso lado direito, vislumbrámos a aldeia de San Martin.
Aproximando-nos, a vista da aldeia em pormenor.
E, mais à frente, à esquerda, e por detrás de Poladura de la Tercia, os picos das «Três Marias».
Antes de chegarmos até Poladura de la Tercia,
há que atravessar o córrego de Lamoso, com um pontão em madeira, que substituiu o antigo «Pontão dos Romeiros».
Atravessado o pontão, e após uma pequena subida, entrámos em Poladura de la Tercia.
Poladura de la Tercia é um povo ainda mais pobre que Buiza.
O albergue fica logo à entrada de quem vem vem no Caminho.
É uma antiga escola primária, construída em 1958, que, no rés-do-chão, foi adaptada para Centro Recreativo do povo e, no andar superior, para albergue, com 8 camas.
Rezam ainda as nossas Notas: “Quando chegámos, por volta do meio-dia, o senhor Fernando - o albergueiro - ainda se preparava para arrumar o albergue. Fernando pareceu-nos um rapaz simpático, contudo, quanto a limpeza, este albergue tem muito a desejar. Justificou o atraso na arrumação pela circunstância de os peregrinos que aqui pernoitaram se terem levantado tarde. Talvez tenha alguma razão... Depois do albergue arranjado, e enquanto o seu chão enxugava, tomámos um bocado de sol, sentados num banco da pequena praça onde se localiza o albergue. Depois, descemos umas escadas para irmos à Pousada «El Embrujo»
para sabermos do almoço que, na véspera, em Buiza, tínhamos encomendado. Não gostámos muito da hospitalidade da «gente» da Pousada.
Às duas e pouco, tomado banho, e devidamente instalados no albergue, lá nos trouxeram o almoço.
Positivamente, não nos damos com as comidas castelhanas. O arroz era uma argamassa, embora tivesse bom sabor, e os bifes de vitela estavam encharcados em molho de vinho (...)”
Quando pensávamos passar a noite sozinhos no albergue, eis que, enquanto comíamos, aparece-nos uma peregrina. Era uma jovem polaca, vinda de Madrid, a pé, que falou connosco inglês, perguntando-nos pelo albergueiro para se instalar.
Depois de comermos saímos um bocadinho para cá para fora.
No banco, onde cerca de duas horas antes onde estivemos sentados ao sol, deparámo-nos com outras ocupantes - quatro senhoras «maiores».
Cada uma, personalidades bem diferentes. Contudo, a seu jeito, bem simpáticas, sorridentes e faladoras.
Passámos cerca de uma hora na conversa com elas e a rirmo-nos... com a vida.
De Portugal, a cidade de Miranda era a que melhor conheciam.
Verdadeiramente encantadoras, estas «maiores» castelhanas!
Como, a certa altura, depois de tomado o sol, cada qual foi à sua vida, nós, pela nossa banda, também fomos à nossa: dar uma volta por Poladura de la Tercia, explorando os seus arredores,
e não deixando de fazer uma visita à sua singular igreja,
que, infelizmente, se encontrava fechada.
Começando já a arrefecer, fomos saber do jantar à Pousada «El Embrujo».
Jantámos no albergue e, antes de dormirmos, estivemos à conversa com os nossos companheiros peregrinos, de camarata.
Como o relato já vai longo, esta parte da noite vamos deixar para o próximo post (5ª etapa) deste nosso Caminho de São Salvador.
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