MEMÓRIAS DE UM ANDARILHO
CAMINHADAS NAS VIAS FÉRREAS ABANDONADAS
LINHA (DE CAMINHO DE FERRO) DO CORGO
(Vidago-limite do concelho de Chaves)
Dizíamos no post de 21 de janeiro passado, nas «Memória de um andarilho» - Caminhadas nas vias férreas abandonadas - Linha (de Caminho de Ferro) do Corgo/Chaves-Curalha, que, juntamente com os meus companheiros de caminhadas (Rui e Tó Quim), tínhamos o projeto de «palmilhar» e conhecer as vias férreas portuguesas abandonadas, a começar pela linha do Corgo.
Entretanto, tendo assumido levarmos a cabo os Caminhos de Santiago, na Galiza, nomeadamente o Caminho Francês, o Português e o Epílogo (Santiago de Compostela-Muxia-Fisterra), uma vez que, em 2007, já tínhamos feito os do Norte e a Via de la Plata (Caminho Sanabrês), adiámos a nossa «empresa», apenas tendo feito, em 2008, o percurso do Tâmega/Curalha-Vidago.
Em 2009, compromissos docentes, levaram-nos para o sul do distrito, no Douro, e aí investimos, enquanto por lá andámos, noutros trilhos e noutras linhas, com outros companheiros de caminhada, e mesmo alunos, fazendo a Calçada de Alpajares, a rede de percursos pedestres do concelho de Lamego, o percurso de Lamas do rio Olo (Alvão), a linha de caminho-de-ferro do Douro, entre o Pocinho e Barca d’Alba e entre Barca d’Alba e Fregeneda (Salamanca/Espanha), e a linha do Tua, enquanto, no mês de Janeiro, com dois amigos lisboetas, fizemos as levadas da Madeira e, no mês de maio, nos deslocámos a S. Paulo/Brasil.
Ainda no ano de 2009, com familiares, levámos a cabo a Geira Romana e o percurso que nos leva até à Lagoa do Marinho, em pleno Parque Nacional Peneda-Gerês.
Cumpridos os compromissos assumidos a sul, até metade do ano de 2010, com um grave incidente de saúde de permeio, chegou a hora de darmos cumprimento ao nosso velho projeto que tínhamos iniciado em 2008 - o de percorrer, durante um ou dois dias de cada fim-se-semana, a linha do Corgo, de Chaves à Régua.
Em 2008, efetuámos o percurso Tâmega/Curalha-Vidago.
A 10 de outubro de 2010, num domingo, continuámos o percurso pelo antigo traçado da linha, efetuando o troço Vidago-proximidades de Sabroso, no termo do concelho de Chaves, com o início do de Vila pouca de Aguiar, numa distância, sensivelmente, de 11 Km, conforme quadro que abaixo se apresenta.
Logo após a saída de Vidago, aproximamo-nos do apeadeiro Salus.
Ao longo deste traçado, pilhas de madeiras, com travessas da linha, ou para vender, ou para queimar por alguns dos vizinhos, com casa nas proximidades do troço,
onde as abóboras não faltam, porventura para «cevar» o «requinho».
Quase sem nos darmos conta, estávamos na povoação de Oura, sede da freguesia com o mesmo nome. O traçado da linha aqui tinha um viaduto, por cima do qual passa a EN nº 2.
Íamos descontraídos.
Subimos até à povoação, até ao Largo, que, a partir da EN nº 2, lhe dá acesso.
No casario próximo do Largo, esta arbusto de roseira branca chamou-nos a atenção,
e contemplámos a alvura das suas flores,
bem assim um velho candeeiro de iluminação exterior de uma casa.
Regressando, de novo, ao traçado da linha, e ultrapassada a povoação de Oura, o troço da mesma, em vez de continuar na direção sul, inflete para nordeste, durante um bom pedaço, para, logo de seguida, voltar a rumar a sul.
Conforme mapa que se apresenta,
não compreendemos muito bem da ou das razões de tal inflexão: se questões técnicas; económicas ou quaisquer influências políticas de proprietários que não queriam ver as suas propriedades retalhadas e invadidas pela linha. Vá-se lá saber!...
O certo é que o troço faz curvas e contracurvas para, depois, num cocuruto, em diagonal, torcer, definitivamente, para sul. Uma simples visita ao Google Earth, observando esta zona, de forma ampliada, e seguindo o trajeto que se mostra no mapa atrás apresentado, confirmar-se-á o que afirmamos...
Enquanto íamos subindo, ziguezagueando, o troço vai-se tornando quase irreconhecível, transformando-se em pasto de arbustos autóctones, onde o medronheiro, com os seus frutos não faltam.
Do alto, a vista sobre a vacaria de Oura,
e o serpentear da EN nº 2, depois da saída de Oura.
Até que, envoltas em denso mato, as ruínas de uma construção
e o apeadeiro de Oura-Loivos.
Daqui, mais uma bela vista sobre Vidago e o Campo de Golfe do Palace Hotel, em fase de conclusão.
E, quase sobre os nossos pés, a povoação de Oura,
apresentando-se, por outro lado, o vale com o mesmo nome e a estrada Municipal que, de Vidago, dá acesso a Loivos.
Dirigindo-nos para Sabroso, o troço mostra este estado de completa desolação, porquanto, no passado verão, um incêndio devastou esta área, deixando as árvores e os rochedos da zona afetada no estado que podemos observar
e, inclusive, tendo passado para o outro lado da EN nº 2.
Num cruzamento do troço, no qual podemos ver esta placa de sinalização tisnada pelo calor,
decidimos dar por terminado o nosso percurso de hoje.
Abandonámos o troço da linha, donde se pode ver, junto à EN nº 2, um Centro de Armazenamento e Distribuição de gás da Galp
e, nos montes contíguos, a implantação de eólicas,
e dirigimo-nos, por um íngreme caminho, até à EN nº 2.
Neste local,
fim do termo do concelho de Chaves e início do de Vila Pouca de Aguiar, sob a proteção de uma árvore e com a ajuda de uns bancos e umas mesas, aqui mudámos de roupa e tomámos o nosso 2º pequeno-almoço (reforçado).
E, pela EN nº 2, continuámos a pé até Vidago, onde um nosso familiar nos esperava para nos levar até Chaves.
Tratou-se de um verdadeiro passeio, este troço. Durante o percurso, a boa disposição, acompanhada de brincadeiras, reinou. Estávamos, manifestamente, bem-dispostos. E até o tempo ajudou: não houve muito frio, a temperatura era agradável, e até o sol brilhou!...
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